Resenha - Serial Experiments Lain

Nome: Serial Experiments Lain
Episódio: 13
Estilo: ficção
Lançado: 06/07 – 28/ 09 de 1998
Produtora: Pioneer LCD


Serial Experiments Lain tem seu início quando as garotas da escola de Lain começam a receber e-mails de Chisa Yomoda. Não haveria nada de incomum nisso, se não fosse o fato de que Chisa havia se suicidado alguns dias antes.
Lain que nunca teve afinidade ou interesse pelos Navis (que seriam os pcs da série), pela primeira vez resolve checar sua caixa de e-mails e se da conta de que também havia recebido um. Conversando com Lain, Chisa diz que na verdade ela não estava morta, mas que apenas abandonou seu corpo e passou a viver na Wired ( que na série é o mesmo que a internet, com alguns recursos a mais). A partir desses estranhos fatos, começamos a seguir na série a jornada de Lain tanto na Winred, quanto na vida real em busca do que realmente aconteceu com Chisa. Até mesmo a natureza de sua própria existência é colocada em xeque: quem é Lain, afinal? Uma pessoa? Um ser virtual? Ela existe em nosso mundo teoricamente real e palpável, ou sua verdadeira personalidade é aquela que existe no mundo teoricamente virtual?

Curiosidades sobre a série:

O episodio numero 5 “Distortion”, foi escrito enquanto o roteirista estava em um surto de febre [para quem ainda não assistiu é um dos episódios mais bizarros da série!].
Aquela cena clássica no primeiro episodio, onde aparece fumaça saindo das pontas dos dedos de Lain, é uma referencia a um sintoma comum entre as pessoas neuróticas.
No design original de Lain, era pra ela possuir várias argolas douradas no cabelo, só que Yoshitoshi Abe (character designer) achou que o visual de Lain ficaria muito pesado, tirando assim a atenção de quem fosse ver a serie. Por isso ele modificou para aquele prendedor em forma de X, que no episódio numero 9 “Protocol”, além de ser citado o caso Roswell, quase todas as referências são quanto ao projeto Majestic. ( suposto projeto americano que visa o controle de mentes).

A série:

Sendo uma série de difícil compreensão, Serial Experiments Lain tem poucos fãs, embora o número esteja crescendo. É considerada uma série adulta e cult, ou seja, daquelas que ou você ama, ou você odeia, não deixando espaços para meios termos. Devido a sua complexidade, que além de ser muito bem montada, consegue dar vários nós no enredo, em geral você só consigue ligar alguns fatos que ocorrem nos episódios ao assistir o anime pela segunda vez.
Além de inúmeros jogos de cenas e imagens que aparentemente não fazem sentido algum, mas falam muito sobre a trama. Tendo um traço limpo e bem feito, inúmeras cenas e CGs mescladas com a animação ( chegando ao ponto que você não consegue mais distinguir o que é CG e o que não é) além de cenários estáticos e pouco coloridos, mas que servem perfeitamente a trama.
Serial Experiments Lain pode ser considerada uma série de terror psicológico, descrevendo de forma vívida os momentos de alucinação que ocorrem durante a série.
Usando corretamente os termos ligados a informática, principalmente a parte de hardware, o que mais impressiona na série é que a ficção passada nela não é muito distante da nossa realidade, podemos dizer que, levando em conta o poder da Winred (internet), seja o nosso futuro.

Trilha sonora:

Fugindo um pouco do tradicional J-pop, a trilha de Lain se fixa no rock psicodélico e musica eletrônica, com a exceção da musica de abertura Duvet que segue um estilo mais “popizinho” e é de autoria de uma banda inglesa chamada Bôa.
Como varias cenas rolam em uma danceteria chamada Club CyberiaFoi natural que escolhessem músicas mais "tecno". A série possui 2CDs, sendo um a trilha original, incluindo as faixas rocks, mais abertura e encerramento, esse álbum recebe o nome de Serial Experiments Lain soundtracks, e o outro são Remix de alguns temas, incluindo a abertura, e mais alguns sons originais, este álbum recebe o nome de Serial Experiments Lain Soundtrack Cyberia Mix (grande né?). A trilha é realmente muito boa e dá ao anime toda a aura de psicodelia e neurose que as cenas exigem, mostrando que não somente de J-pop vivem os animes!

Críticas negativas:

O problema como anime é que, apesar da complexidade da historia e das inúmeras possibilidades apresentadas durante a série, ela não empolga. O início é bem interessante, mas a medida que o tempo passa surge aquela sensação de que a história vai dar voltas e não levará a lugar algum. O que se inicia com pessoas que possuem uma dupla personalidade na Winred acaba nos levando a probabilidade de deuses que regem o mundo virtual.
Várias informações cientificamente comprovadas são introduzidas, falando sobre a possível fusão entre o mundo real e virtual, e a influência do inconsciente coletivo neste processo... todas muito interessantes, é verdade. Mas nem sempre é o bastante. É um típico caso de estilo que se sobrepõe à substância.

Imagens: