Perto Demais
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Perto Demais
(Esta é uma "fic" baseada no jogo de RPG 'Lobisomem - O Apocalipse'. Sistema d10, ambientado no cenário World of Darkness, propriedade da White Wolf/Devir Editora.)
:: Parte I ::
:: Parte I ::
“Mas que diabos havia naquele olhar?”
Courtney 'Fúria-Espalhada' se revirava na cama improvisada de palha que agora ocupava naquele pequeno caern. Havia dentro daquelas terras pouco mais que meia dúzia de garou e pouco mais de um bom punhado de parentes. Estar ali, para a Fúria era algo incômodo.
Primeiro, a líder de sua matilha disse que ela precisaria suportar tal missão, já que não conseguira realizar o último pedido da seita onde morava, em Genebra. Agora, no meio daquela floresta cheia de mistérios e neve, ela se encontrava deitada dentro de uma minúscula cabana, sentindo o corpo febril e tanta vergonha que talvez não desejasse novamente levantar.
A ahroun é uma fêmea bonita para macho algum botar defeito. Bonita, feroz, cheia de raiva e mágoa para com aqueles malditos ‘homens’ que se julgavam superiores a ela. Courtney era morena, dona de uma feição invocada e belos olhos azuis. Só havia um problema: ela era baixinha demais para uma guerreira, quase não alcançava 1,60 de altura e quando em crinos ainda era a menor no campo de batalha. Terrível desvantagem. Desvantagem esta que se mostrou bastante contundente, após o último enfrentamento há algumas milhas dali.
A garou ainda ouvia dentro de sua cabeça, a risada desdenhosa do maldito após atingi-la seriamente na coxa. Os olhos enlouquecidos a girar nas órbitas, o fedor terrível daquele maculado e seu espírito conturbado lhe faziam os pêlos de todo corpo ficarem eriçados. Mesmo depois de tantas horas.
E depois ela se lembrava dos gritos daquele cretino. Metido a sabichão, elegendo-se líder absoluto daquele grupo, cuja vontade não poderia ser desobedecida. 'Tornado-Cinzento'. Assim os Crias o haviam batizado. Um legítimo guerreiro que a menosprezava e provocava sempre que tinha oportunidade. Sempre duvidando de sua capacidade e subestimando seus feitos.
Durante a luta, Courtney o ouviu gritando para que 'a anã se afastasse', pois atrapalhava mesmo tentando ajudar. Não parecia haver jeito, tão intrincado como haveria de ser, o ódio que as tribos nutriam uma pela outra atingia também seus filhos e assim realmente para sempre poderia ser.
Quando o facão sinuoso atravessou sua coxa, a Fúria Negra urrou, sentiu-se infeliz e azarada por não ter evitado tal acontecimento. Para derrubá-la, o Dançarino então girou a lâmina e a empurrou rumo ao solo com soco. Como que para humilhá-la ainda mais, o seu adversário se abaixou e esfregou sua língua bifurcada e quente em seu rosto. O estômago dela embrulhou quando aquela gosma esverdeada foi captada pelas suas fossas nasais e uma ânsia inevitável fez todo seu café da manhã voltar com a mesma rapidez de uma lebre em fuga.
Enquanto ainda sentia seu corpo se contorcer em nojo (e até mesmo pavor) ela percebeu que a ponte de madeira onde encontrara seu adversário tremeu. Uivos furiosos foram ouvidos, rosnados e mandíbulas pareciam abocanhar o ar, furiosamente. Não demorou muito e nova briga se iniciou. Com os olhos lacrimejantes, a arma ainda fincada em sua coxa e a honra mortalmente ferida ela se virou para ver. E viu.
'Tornado-Cinzento' se engalfinhara com o Dançarino e após uma violenta disputa, utilizou seu martelo para acabar afundar o crânio do garou caído.
Seu coração quebrou-se em mil pedaços, quando o garou vitorioso ergueu os braços ensangüentados e vibrou. Novamente quando ele se aproximou dela e a encarou. E uma terceira vez quando ele se abaixou sobre ela e usou as costas dos punhos peludos para limpar seu rosto, contraído numa mescla de ódio e dor.
- Tem que aprender a ser mais rápida... Pequena. E a mexer essa bunda quando a coisa está feia também...
Ela abrira a boca para xinga-lo com todas as suas forças mas...
Pobre Court’. Fora enganada mais uma vez. A cliath não percebera que o gigante encostara sua mão no cabo da lâmina e a provocara para que não percebesse sua real intenção. Com um movimento brusco e que custou-lhe um grito rouco, o Fenris puxou a prata letal para fora do corpo da Fúria.
A fêmea levou ambas as patas ao rosto e choramingou baixinho. Sentiu-se aliviada por não estar no meio de seu caern nativo. Isso renderia perda de posto e de todo seu orgulho. Ela havia se dobrado ante a dor e agora sentia seu corpo sendo içado no ar, depositado sobre o ombro forte do forsten e por ele foi carregada em segurança até aquela cama de palha onde se encontrava agora.
Courtney não sabia informar o quê lhe doía mais. O ferimento por prata, o orgulho massacrado ou ter visto a cara que o impuro fizera ao deixá-la ali.
“Tudo tem um começo... mesmo quando não somos capazes de imaginar qual seria o seu inexorável fim...”
Courtney 'Fúria-Espalhada' se revirava na cama improvisada de palha que agora ocupava naquele pequeno caern. Havia dentro daquelas terras pouco mais que meia dúzia de garou e pouco mais de um bom punhado de parentes. Estar ali, para a Fúria era algo incômodo.
Primeiro, a líder de sua matilha disse que ela precisaria suportar tal missão, já que não conseguira realizar o último pedido da seita onde morava, em Genebra. Agora, no meio daquela floresta cheia de mistérios e neve, ela se encontrava deitada dentro de uma minúscula cabana, sentindo o corpo febril e tanta vergonha que talvez não desejasse novamente levantar.
A ahroun é uma fêmea bonita para macho algum botar defeito. Bonita, feroz, cheia de raiva e mágoa para com aqueles malditos ‘homens’ que se julgavam superiores a ela. Courtney era morena, dona de uma feição invocada e belos olhos azuis. Só havia um problema: ela era baixinha demais para uma guerreira, quase não alcançava 1,60 de altura e quando em crinos ainda era a menor no campo de batalha. Terrível desvantagem. Desvantagem esta que se mostrou bastante contundente, após o último enfrentamento há algumas milhas dali.
A garou ainda ouvia dentro de sua cabeça, a risada desdenhosa do maldito após atingi-la seriamente na coxa. Os olhos enlouquecidos a girar nas órbitas, o fedor terrível daquele maculado e seu espírito conturbado lhe faziam os pêlos de todo corpo ficarem eriçados. Mesmo depois de tantas horas.
E depois ela se lembrava dos gritos daquele cretino. Metido a sabichão, elegendo-se líder absoluto daquele grupo, cuja vontade não poderia ser desobedecida. 'Tornado-Cinzento'. Assim os Crias o haviam batizado. Um legítimo guerreiro que a menosprezava e provocava sempre que tinha oportunidade. Sempre duvidando de sua capacidade e subestimando seus feitos.
Durante a luta, Courtney o ouviu gritando para que 'a anã se afastasse', pois atrapalhava mesmo tentando ajudar. Não parecia haver jeito, tão intrincado como haveria de ser, o ódio que as tribos nutriam uma pela outra atingia também seus filhos e assim realmente para sempre poderia ser.
Quando o facão sinuoso atravessou sua coxa, a Fúria Negra urrou, sentiu-se infeliz e azarada por não ter evitado tal acontecimento. Para derrubá-la, o Dançarino então girou a lâmina e a empurrou rumo ao solo com soco. Como que para humilhá-la ainda mais, o seu adversário se abaixou e esfregou sua língua bifurcada e quente em seu rosto. O estômago dela embrulhou quando aquela gosma esverdeada foi captada pelas suas fossas nasais e uma ânsia inevitável fez todo seu café da manhã voltar com a mesma rapidez de uma lebre em fuga.
Enquanto ainda sentia seu corpo se contorcer em nojo (e até mesmo pavor) ela percebeu que a ponte de madeira onde encontrara seu adversário tremeu. Uivos furiosos foram ouvidos, rosnados e mandíbulas pareciam abocanhar o ar, furiosamente. Não demorou muito e nova briga se iniciou. Com os olhos lacrimejantes, a arma ainda fincada em sua coxa e a honra mortalmente ferida ela se virou para ver. E viu.
'Tornado-Cinzento' se engalfinhara com o Dançarino e após uma violenta disputa, utilizou seu martelo para acabar afundar o crânio do garou caído.
Seu coração quebrou-se em mil pedaços, quando o garou vitorioso ergueu os braços ensangüentados e vibrou. Novamente quando ele se aproximou dela e a encarou. E uma terceira vez quando ele se abaixou sobre ela e usou as costas dos punhos peludos para limpar seu rosto, contraído numa mescla de ódio e dor.
- Tem que aprender a ser mais rápida... Pequena. E a mexer essa bunda quando a coisa está feia também...
Ela abrira a boca para xinga-lo com todas as suas forças mas...
Pobre Court’. Fora enganada mais uma vez. A cliath não percebera que o gigante encostara sua mão no cabo da lâmina e a provocara para que não percebesse sua real intenção. Com um movimento brusco e que custou-lhe um grito rouco, o Fenris puxou a prata letal para fora do corpo da Fúria.
A fêmea levou ambas as patas ao rosto e choramingou baixinho. Sentiu-se aliviada por não estar no meio de seu caern nativo. Isso renderia perda de posto e de todo seu orgulho. Ela havia se dobrado ante a dor e agora sentia seu corpo sendo içado no ar, depositado sobre o ombro forte do forsten e por ele foi carregada em segurança até aquela cama de palha onde se encontrava agora.
Courtney não sabia informar o quê lhe doía mais. O ferimento por prata, o orgulho massacrado ou ter visto a cara que o impuro fizera ao deixá-la ali.
“Tudo tem um começo... mesmo quando não somos capazes de imaginar qual seria o seu inexorável fim...”
Greyheart- Amador
- Número de Mensagens : 62
Idade : 44
Data de inscrição : 18/12/2007
Re: Perto Demais
Simplismente sensácional!
O texto, as falas, tudo, é impressionante como você escreve Greyheart, sempre te falei isso, mas não custa nada lembrar! hahahahaha
Continua mandando pra gente! Eu e o Shendu estamos com um projeto que se der certo, vou sugerir pra você também.
Parabéns.
O texto, as falas, tudo, é impressionante como você escreve Greyheart, sempre te falei isso, mas não custa nada lembrar! hahahahaha
Continua mandando pra gente! Eu e o Shendu estamos com um projeto que se der certo, vou sugerir pra você também.
Parabéns.
Última edição por Shinji Ikari em Sex 31 Jul - 14:37, editado 2 vez(es)
Re: Perto Demais
É, realmente muito bom =D
Como o War disse estamos planejando algo, se der certo, sua participação seria mesmo valiosa xD
Como o War disse estamos planejando algo, se der certo, sua participação seria mesmo valiosa xD
Shendu Blackford- Freelancer
- Número de Mensagens : 263
Idade : 33
Data de inscrição : 19/12/2007
Re: Perto Demais
Hmmm... planos secretos... hã?
Well... tô por aqui, a fic tem outro capítulo já pronto que devo postar na semana que vem. (Espero que comentem mesmo que seja para dizer onde tenho que melhorar. ). Quando souberem se o projeto vai vingar ou não... estarei esperando resposta. Enquanto isso, espero retomar meus escritos... que estão uma vergonha.
E War, não esqueci de os seus. Paciência, meu pc deve ser formatado fds que vem.
*Satisfaz o mórbido desejo de enfiar um monte de smileys no post*
Well... tô por aqui, a fic tem outro capítulo já pronto que devo postar na semana que vem. (Espero que comentem mesmo que seja para dizer onde tenho que melhorar. ). Quando souberem se o projeto vai vingar ou não... estarei esperando resposta. Enquanto isso, espero retomar meus escritos... que estão uma vergonha.
E War, não esqueci de os seus. Paciência, meu pc deve ser formatado fds que vem.
*Satisfaz o mórbido desejo de enfiar um monte de smileys no post*
Greyheart- Amador
- Número de Mensagens : 62
Idade : 44
Data de inscrição : 18/12/2007
Re: Perto Demais
Hahahaha beleza Van.
Pode deixar que a gente te avisa sim.
E pode ir mandando, um por semana seria o ideal! Muito legal mesmo, parabéns denovo.
Pode deixar que a gente te avisa sim.
E pode ir mandando, um por semana seria o ideal! Muito legal mesmo, parabéns denovo.
Re: Perto Demais
Beleza.
E obrigada Dan, por tudo (mesmo!). Também agradeço ter lido e pelo elogio Shen.
Até logo boys. =*
E obrigada Dan, por tudo (mesmo!). Também agradeço ter lido e pelo elogio Shen.
Até logo boys. =*
Greyheart- Amador
- Número de Mensagens : 62
Idade : 44
Data de inscrição : 18/12/2007
Re: Perto Demais
Greyheart simplesmente foda.
fRoG- Amador
- Número de Mensagens : 128
Idade : 35
Data de inscrição : 07/01/2008
Re: Perto Demais
Tk´s Lord! =***
Greyheart- Amador
- Número de Mensagens : 62
Idade : 44
Data de inscrição : 18/12/2007
Re: Perto Demais
:: Parte II ::
Um velho theurge veio ajudá-la pouco depois que Tornado-Cinzento a largou ali. Ele disse alguns encantamentos em voz alta em uma língua que ela não conhecia. O velho tinha os cabelos acinzentados e os fortes traços dos chamados nativos americanos. Courtney aprendera a reconhecer seus olhares fixos e decididos com um Uktena que compusera sua primeira matilha.
Mesmo quando ele avançava ferozmente rumo à morte jamais titubeava. Seus olhos carregados de ira e certeza nunca poderiam ser confundidos com o de outro lobisomem. Morreu de forma honrada e algo a dizia que seu espírito ajudaria tanto na Umbra quanto quando ele ainda era vivo, se assim fosse possível. Fora uma amizade singular, mesmo entre os garou.
- O senhor - ela disse entre gemidos de dor, enquanto o homem cobria o ferimento em
sua coxa com um ungüento preparado com urina de cervo e ervas especiais - é da tribo dos Uktena? Eu conheci um cliath que carregava os mesmos traços que o senhor... ele morreu enfrentando um fomor...
O feiticeiro limitou-se a menear a cabeça em negativa. Vestia roupas popularmente indígenas e nas costas havia um xale feito à mão com o desenho de uma águia. Ele continuou seu trabalho por mais alguns instantes e se levantou, indo na direção da porta da pequena cabana. Seu corpo carregava algumas cicatrizes ritualísticas e pinturas em
tinta vermelha e azul. Caminhava com certa dificuldade, visto a idade um tanto já avançada e talvez por algum ferimento escondido por trás das vestes. Quando tocou a maçaneta finalmente falou algo, pela primeira vez. Sua voz era firme e bem audível:
- Eu pertenço ao Irmão Mais Novo filhote. Descanse e não levante para nada.Tornado-Cinzento disse que você ainda tem muito que aprender e acho bom que pense no que ele quer dizer com isso. Chuva velará sua porta e alguém lhe trará o que comer. Você sentirá febre e por isso não rejeite o chá que deixarem aí, ele é ruim... mas vai controlar o mal estar. Peça a sua deusa para que o pus saia logo da ferida, senão... vai
sofrer muito mais.
A fraqueza que o corpo decrépito aparentava era confrontada pela força da voz do velho
lobisomem. Suas rugas e o andar dificultoso enganavam muito bem. Court sabia que era um excelente disfarce, especialmente para os mais desavisados. Quando abriu a boca para agradecer, com um rápido movimento ele já se punha para fora da cabana e fechara a porta atrás de si. Ela ficou apenas observando a porta fechada, com algumas lascas fiadas por cair.
"Então quer dizer que aquele filho de uma cadela anda falando mal de mim? Ele me paga...”.
As primeiras horas foram as mais difíceis. Sua mente ficava remontando a cena de combate e relembrar os gritos daquele Cria de Fenris lhe exaltavam. Quase se levantou por diversas vezes, mas se lembrou do que o sábio curandeiro dissera.
O corte em sua perna era profundo e não sabia se por reação natural do ungüento ou do veneno que devia haver na lâmina, Court sentiu-o latejar fortemente. Parecia uma fenda viva, que se contraía vigorosamente e depois relaxava bem devagar. A prevista febre veio e logo sua têmpora estava úmida e a boca seca.
"Quando será que vão me trazer o tal chá? Está tão quente...”.
Momentos depois de ela tentar levantar mais uma vez sem sucesso, pois o ferimento não deixava de tanto que lhe doía, a porta se abriu. Seus olhos divisaram uma loba negra sentada em frente à entrada e uma mulher loura entrando, com uma bandeja de madeira na mão.
- Olá... Courtney, certo?
A mulher tinha os olhos mais lindos que ela já vira. Eram de um tom quase amarelo e combinavam com seus cabelos longos e cacheados. Vestia um conjunto de calça e camiseta e caminhava por sobre o piso de madeira com leveza. A voz era doce, simpática e mostrava curiosidade. Ela deixou a bandeja apoiada sobre um dos braços, segurando-a pela palma da mão e encarou a Fúria Negra deitada.
- Sim... - Court teve dificuldades em falar, pois a garganta estava muito seca.
- Sou Clara-do-Fogo, cliath dos Fianna. Vim por ordem de Tornado-Cinzento. Como se sente?
- Péssima. Sinto meus dentes batendo e a perna não pára de queimar - disse num quase sussurro.
A mulher tocou-a no rosto e viu que as bochechas dela estavam muito vermelhas. Suspirou e ajoelhou-se ao lado dela, colocando a bandeja no chão, próximo a cama de palha.
- Seu corpo está reagindo. É normal. Não se preocupe... - em seguida ela levantou a cabeça da garou doente com um dos braços e colou um copo de cerâmica com o chá em seus lábios. Ele fedia muito e tinha um gosto amargo e salobro, mas Courtney o bebeu mesmo assim.
- É horrível mesmo... o que tinha aí?
Clara sorriu e retrucou:
- Você quer mesmo saber?
- Não. Melhor não... O que ele disse?
- Ele?
- Sim, aquele brutamontes ...
- Ah... - a moça pareceu ficar sem graça, começou a mexer nos cabelos e os amarrou com uma fita - ele disse que você precisava de cuidados e como eu estava na cozinha hoje... devia trazer-lhe o que comer...
- Apenas isso?
- Foi. Qual o motivo da pergunta?
- Nada... - Courtney sentiu o chá revirando em suas entranhas. A febre continuaria por algum tempo ainda e ela ansiava que o efeito fosse imediato. O problema é que depois do chá se sentia ainda pior.
- Chuva também veio por ordem dele.
- Chuva?
- A loba negra que guarda a entrada da cabana.
- Ah...
- Dizem que ele pega muito no seu pé.
Os olhos azuis de Courtney se estreitaram. Agora não teria condições de rebater nada, a ferida latejava mais do que nunca e quase colocara o chá para fora.
- Mas ele pega no pé de todo mundo, não é mesmo? - a Fianna prosseguiu com seu falatório - Eu tenho pouco contato com ele, ainda bem. Isso também deve ser por ser
uma galliard. Ele me vê apenas como uma mancha no meio da multidão. Uma mancha que fala, é claro - ela riu e segurou o copo com um resquício de chá no fundo.
- Queria que fosse assim comigo - Courtney falou, por fim.
- Eu entendo. Mas se me permite... Courtney... eu diria que ele gosta de você.
Mesmo febril, a lobisomem se controlou para não gargalhar. Aquele cretino gostar dela? Isso só podia ser uma piada. Ela apenas abriu um sorriso bastante sarcástico.
- Não é brincadeira. Todo mundo comenta que desde que você chegou aqui a atenção dele quase sempre se volta pra você.
- Claro! Para me perseguir e humilhar! - ela respondeu elevando a voz.
- Isso pode ser verdade, para aqueles que não sabem interpretar os fatos.
O olhar de indignação que a Fúria Negra deu fez com que Clara resolvesse calar a boca. Ela então pegou a bandeja e colocou no alcance de Courtney.
- Se você tiver fome, aqui há peixe e cevada. Caso queira água está nessa vasilha aqui... - ela mostrou um pequeno pires com peixe cru, um copo com um líquido escuro dentro e uma pequena cumbuca com água.
- Obrigada... Fianna... - respondeu educadamente enquanto pensava em qual seria a razão para lhe servirem peixe cru.
- Não por isso. Bom, tenho que voltar. Venho te ver mais tarde se der...
E mais uma vez, Fúria-Espalhada estava sozinha na cabana. Ouvia as vozes distantes, de lobisomens e alguns parentes que ficavam naquele caern. Então adormeceu e não viu quando a porta de sua cabana foi aberta durante a madrugada.
Um par de olhos alaranjados com fendas negras fitou-a em meio a escuridão e depois, satisfeito se afastou tornando a fechá-la. Com suavidade a sombra acariciou a cabeça da loba que estava de guarda na porta e rumou para os limites do caern.
"Preciso pensar"
No alto de uma planície, de onde podia ver toda a divisa, o dono daqueles olhos fendidos se sentou com um pedaço de carvalho no colo e um pequeno canivete com o qual começou a desenhar alguns glifos garou.
Ouviu os passos rasteiros de alguém se aproximando e virou o rosto, para ver quem era. Não houve surpresa quando viu o theurge curandeiro, chamado Yauei-fa-Mooka, que significava em uma língua nativa morta "O Despertar da Luz".
- Querendo ficar sozinho, Tornado?
- Estou trabalhando no meu novo machado...
- Se eu não te conhecesse diria que está fugindo do assunto...
- Como eu disse, trabalhando no meu novo machado.
- Sim eu sei. A Fúria Negra ficará bem e achei que gostaria de saber...
O lobisomem que estava sentado tinha os cabelos negros e seu rosto era como o de um príncipe nórdico. O queixo quadrado e proeminente não deixava dúvida de seu gênio autoritário e invocado. Mesmo sendo uma pária para o seu povo, o dono daqueles olhos incomuns emanava força e irreverência. Ele era alto, muito alto e seu corpo estava em perfeita forma. O tórax musculoso, assim como os braços, tonificava a figura altiva daquele impuro. Se não fosse por seus olhos de demônio, como vulgarmente diziam, ele não poderia ser reconhecido como um inferior.
O fato é que Tornado não se importava, mesmo quando durante a noite enxergava ainda menos do que os demais e por diversas vezes durante o dia tinha que se manter distante do sol para não ficar cego por dias. A única coisa que realmente costumava lhe incomodar é que na Umbra, ele ficava totalmente indefeso, pois não era capaz de enxergar um dedo sequer diante de seus olhos.
- Que seja... - Tornado deu de ombros.
- Porque agora que o sangue esfriou finge não se importar?
- Não estou fingindo. Não me importo.
- Você mente Tornado e esse é o primeiro passo rumo ao abismo. Espero que não negue isso para si mesmo.
- O que quer dizer?
- Eu sei que se importa com ela. E que o medo de que outros percebam isso faz com que a maltrate quando na verdade... - o velho Wendigo interrompeu sua fala. Queria apenas ver o rosto daquele que ainda fingia indiferença e trabalhava na madeira com o canivete.
- Tudo que sei é que ela precisa aprender muitas coisas. E se ela continuar sob minha responsabilidade, eu devo fazê-la aprender.
- Eu acho que presenciei muitos momentos humilhantes da sua vida, não? E se bem me lembro, sempre lhe disse para aprender com eles. O que foi que você aprendeu Tornado?
- Aonde quer chegar ancião?
- Responda-me se não quiser tomar um murro garou. Minhas fibras ainda agüentam dar um daqueles que te deixam dolorido por dias...
O lobisomem mais novo pareceu pensar por um momento e então respondeu:
- Que a vida não é fácil para os fracos.
- Você era fraco Tornado?
- Fraco nunca fui.
- Então porque a vida foi e ainda é difícil para você?
Não houve resposta pois Tornado-Cinzento percebeu que sua maior lei era justamente a sua maior fraqueza. Ele não se julgava fraco e na realidade não o era, mas ainda assim sofria com sua condição diante da Nação Garou e sabia que qualquer esforço seu deveria ser multiplicado meio milhão de vezes para chegar perto de ser reconhecido.
- O que quer que eu faça?
- Que seja você mesmo e que deixe de devolver para os outros aquilo que recebeu.
- Se eu virar uma florzinha ou resolver seguir o modo Gaiano de ser acha que serei melhor?
- Não seja debochado. Apenas demonstre que você também sente, que se chateia e que pode querer o bem de alguém.
- Tudo isso por que eu pedi para você cuidar daquela moleca?
- Não. Tudo isso porque você não quer admitir que se importa com ela.
Yauei se aproximou, deu um tapa amistoso na cabeça de Tornado e saiu de volta
para o centro do caern. Era engraçado ver dois membros de tribos que normalmente não se dariam bem tendo uma conversa tão franca e civilizada.
Yauei era assim, jamais ofendera criatura alguma por pouca coisa e sempre procurava o meio mais sábio de ensinar qualquer coisa. Diferente dos Cria de Fenris que sempre
colocavam à prova a força, a coragem e o caráter de Tornado, ele fazia questão de lhe mostrar a verdade oculta em certos fatos e detalhes que faziam toda a diferença.
"Velhaco sem-vergonha..."
Tornado ficou muito tempo ainda naquela planície, iluminado pelo véu negro salpicado de estrelas que era o céu naquela noite e tentando se concentrar no que fazia quando na realidade tudo que lhe atormentava a mente era aquela bendita conversa... e a visão da Fúria Negra ainda febril sobre a cama de palha.
Mesmo quando ele avançava ferozmente rumo à morte jamais titubeava. Seus olhos carregados de ira e certeza nunca poderiam ser confundidos com o de outro lobisomem. Morreu de forma honrada e algo a dizia que seu espírito ajudaria tanto na Umbra quanto quando ele ainda era vivo, se assim fosse possível. Fora uma amizade singular, mesmo entre os garou.
- O senhor - ela disse entre gemidos de dor, enquanto o homem cobria o ferimento em
sua coxa com um ungüento preparado com urina de cervo e ervas especiais - é da tribo dos Uktena? Eu conheci um cliath que carregava os mesmos traços que o senhor... ele morreu enfrentando um fomor...
O feiticeiro limitou-se a menear a cabeça em negativa. Vestia roupas popularmente indígenas e nas costas havia um xale feito à mão com o desenho de uma águia. Ele continuou seu trabalho por mais alguns instantes e se levantou, indo na direção da porta da pequena cabana. Seu corpo carregava algumas cicatrizes ritualísticas e pinturas em
tinta vermelha e azul. Caminhava com certa dificuldade, visto a idade um tanto já avançada e talvez por algum ferimento escondido por trás das vestes. Quando tocou a maçaneta finalmente falou algo, pela primeira vez. Sua voz era firme e bem audível:
- Eu pertenço ao Irmão Mais Novo filhote. Descanse e não levante para nada.Tornado-Cinzento disse que você ainda tem muito que aprender e acho bom que pense no que ele quer dizer com isso. Chuva velará sua porta e alguém lhe trará o que comer. Você sentirá febre e por isso não rejeite o chá que deixarem aí, ele é ruim... mas vai controlar o mal estar. Peça a sua deusa para que o pus saia logo da ferida, senão... vai
sofrer muito mais.
A fraqueza que o corpo decrépito aparentava era confrontada pela força da voz do velho
lobisomem. Suas rugas e o andar dificultoso enganavam muito bem. Court sabia que era um excelente disfarce, especialmente para os mais desavisados. Quando abriu a boca para agradecer, com um rápido movimento ele já se punha para fora da cabana e fechara a porta atrás de si. Ela ficou apenas observando a porta fechada, com algumas lascas fiadas por cair.
"Então quer dizer que aquele filho de uma cadela anda falando mal de mim? Ele me paga...”.
As primeiras horas foram as mais difíceis. Sua mente ficava remontando a cena de combate e relembrar os gritos daquele Cria de Fenris lhe exaltavam. Quase se levantou por diversas vezes, mas se lembrou do que o sábio curandeiro dissera.
O corte em sua perna era profundo e não sabia se por reação natural do ungüento ou do veneno que devia haver na lâmina, Court sentiu-o latejar fortemente. Parecia uma fenda viva, que se contraía vigorosamente e depois relaxava bem devagar. A prevista febre veio e logo sua têmpora estava úmida e a boca seca.
"Quando será que vão me trazer o tal chá? Está tão quente...”.
Momentos depois de ela tentar levantar mais uma vez sem sucesso, pois o ferimento não deixava de tanto que lhe doía, a porta se abriu. Seus olhos divisaram uma loba negra sentada em frente à entrada e uma mulher loura entrando, com uma bandeja de madeira na mão.
- Olá... Courtney, certo?
A mulher tinha os olhos mais lindos que ela já vira. Eram de um tom quase amarelo e combinavam com seus cabelos longos e cacheados. Vestia um conjunto de calça e camiseta e caminhava por sobre o piso de madeira com leveza. A voz era doce, simpática e mostrava curiosidade. Ela deixou a bandeja apoiada sobre um dos braços, segurando-a pela palma da mão e encarou a Fúria Negra deitada.
- Sim... - Court teve dificuldades em falar, pois a garganta estava muito seca.
- Sou Clara-do-Fogo, cliath dos Fianna. Vim por ordem de Tornado-Cinzento. Como se sente?
- Péssima. Sinto meus dentes batendo e a perna não pára de queimar - disse num quase sussurro.
A mulher tocou-a no rosto e viu que as bochechas dela estavam muito vermelhas. Suspirou e ajoelhou-se ao lado dela, colocando a bandeja no chão, próximo a cama de palha.
- Seu corpo está reagindo. É normal. Não se preocupe... - em seguida ela levantou a cabeça da garou doente com um dos braços e colou um copo de cerâmica com o chá em seus lábios. Ele fedia muito e tinha um gosto amargo e salobro, mas Courtney o bebeu mesmo assim.
- É horrível mesmo... o que tinha aí?
Clara sorriu e retrucou:
- Você quer mesmo saber?
- Não. Melhor não... O que ele disse?
- Ele?
- Sim, aquele brutamontes ...
- Ah... - a moça pareceu ficar sem graça, começou a mexer nos cabelos e os amarrou com uma fita - ele disse que você precisava de cuidados e como eu estava na cozinha hoje... devia trazer-lhe o que comer...
- Apenas isso?
- Foi. Qual o motivo da pergunta?
- Nada... - Courtney sentiu o chá revirando em suas entranhas. A febre continuaria por algum tempo ainda e ela ansiava que o efeito fosse imediato. O problema é que depois do chá se sentia ainda pior.
- Chuva também veio por ordem dele.
- Chuva?
- A loba negra que guarda a entrada da cabana.
- Ah...
- Dizem que ele pega muito no seu pé.
Os olhos azuis de Courtney se estreitaram. Agora não teria condições de rebater nada, a ferida latejava mais do que nunca e quase colocara o chá para fora.
- Mas ele pega no pé de todo mundo, não é mesmo? - a Fianna prosseguiu com seu falatório - Eu tenho pouco contato com ele, ainda bem. Isso também deve ser por ser
uma galliard. Ele me vê apenas como uma mancha no meio da multidão. Uma mancha que fala, é claro - ela riu e segurou o copo com um resquício de chá no fundo.
- Queria que fosse assim comigo - Courtney falou, por fim.
- Eu entendo. Mas se me permite... Courtney... eu diria que ele gosta de você.
Mesmo febril, a lobisomem se controlou para não gargalhar. Aquele cretino gostar dela? Isso só podia ser uma piada. Ela apenas abriu um sorriso bastante sarcástico.
- Não é brincadeira. Todo mundo comenta que desde que você chegou aqui a atenção dele quase sempre se volta pra você.
- Claro! Para me perseguir e humilhar! - ela respondeu elevando a voz.
- Isso pode ser verdade, para aqueles que não sabem interpretar os fatos.
O olhar de indignação que a Fúria Negra deu fez com que Clara resolvesse calar a boca. Ela então pegou a bandeja e colocou no alcance de Courtney.
- Se você tiver fome, aqui há peixe e cevada. Caso queira água está nessa vasilha aqui... - ela mostrou um pequeno pires com peixe cru, um copo com um líquido escuro dentro e uma pequena cumbuca com água.
- Obrigada... Fianna... - respondeu educadamente enquanto pensava em qual seria a razão para lhe servirem peixe cru.
- Não por isso. Bom, tenho que voltar. Venho te ver mais tarde se der...
E mais uma vez, Fúria-Espalhada estava sozinha na cabana. Ouvia as vozes distantes, de lobisomens e alguns parentes que ficavam naquele caern. Então adormeceu e não viu quando a porta de sua cabana foi aberta durante a madrugada.
Um par de olhos alaranjados com fendas negras fitou-a em meio a escuridão e depois, satisfeito se afastou tornando a fechá-la. Com suavidade a sombra acariciou a cabeça da loba que estava de guarda na porta e rumou para os limites do caern.
"Preciso pensar"
No alto de uma planície, de onde podia ver toda a divisa, o dono daqueles olhos fendidos se sentou com um pedaço de carvalho no colo e um pequeno canivete com o qual começou a desenhar alguns glifos garou.
Ouviu os passos rasteiros de alguém se aproximando e virou o rosto, para ver quem era. Não houve surpresa quando viu o theurge curandeiro, chamado Yauei-fa-Mooka, que significava em uma língua nativa morta "O Despertar da Luz".
- Querendo ficar sozinho, Tornado?
- Estou trabalhando no meu novo machado...
- Se eu não te conhecesse diria que está fugindo do assunto...
- Como eu disse, trabalhando no meu novo machado.
- Sim eu sei. A Fúria Negra ficará bem e achei que gostaria de saber...
O lobisomem que estava sentado tinha os cabelos negros e seu rosto era como o de um príncipe nórdico. O queixo quadrado e proeminente não deixava dúvida de seu gênio autoritário e invocado. Mesmo sendo uma pária para o seu povo, o dono daqueles olhos incomuns emanava força e irreverência. Ele era alto, muito alto e seu corpo estava em perfeita forma. O tórax musculoso, assim como os braços, tonificava a figura altiva daquele impuro. Se não fosse por seus olhos de demônio, como vulgarmente diziam, ele não poderia ser reconhecido como um inferior.
O fato é que Tornado não se importava, mesmo quando durante a noite enxergava ainda menos do que os demais e por diversas vezes durante o dia tinha que se manter distante do sol para não ficar cego por dias. A única coisa que realmente costumava lhe incomodar é que na Umbra, ele ficava totalmente indefeso, pois não era capaz de enxergar um dedo sequer diante de seus olhos.
- Que seja... - Tornado deu de ombros.
- Porque agora que o sangue esfriou finge não se importar?
- Não estou fingindo. Não me importo.
- Você mente Tornado e esse é o primeiro passo rumo ao abismo. Espero que não negue isso para si mesmo.
- O que quer dizer?
- Eu sei que se importa com ela. E que o medo de que outros percebam isso faz com que a maltrate quando na verdade... - o velho Wendigo interrompeu sua fala. Queria apenas ver o rosto daquele que ainda fingia indiferença e trabalhava na madeira com o canivete.
- Tudo que sei é que ela precisa aprender muitas coisas. E se ela continuar sob minha responsabilidade, eu devo fazê-la aprender.
- Eu acho que presenciei muitos momentos humilhantes da sua vida, não? E se bem me lembro, sempre lhe disse para aprender com eles. O que foi que você aprendeu Tornado?
- Aonde quer chegar ancião?
- Responda-me se não quiser tomar um murro garou. Minhas fibras ainda agüentam dar um daqueles que te deixam dolorido por dias...
O lobisomem mais novo pareceu pensar por um momento e então respondeu:
- Que a vida não é fácil para os fracos.
- Você era fraco Tornado?
- Fraco nunca fui.
- Então porque a vida foi e ainda é difícil para você?
Não houve resposta pois Tornado-Cinzento percebeu que sua maior lei era justamente a sua maior fraqueza. Ele não se julgava fraco e na realidade não o era, mas ainda assim sofria com sua condição diante da Nação Garou e sabia que qualquer esforço seu deveria ser multiplicado meio milhão de vezes para chegar perto de ser reconhecido.
- O que quer que eu faça?
- Que seja você mesmo e que deixe de devolver para os outros aquilo que recebeu.
- Se eu virar uma florzinha ou resolver seguir o modo Gaiano de ser acha que serei melhor?
- Não seja debochado. Apenas demonstre que você também sente, que se chateia e que pode querer o bem de alguém.
- Tudo isso por que eu pedi para você cuidar daquela moleca?
- Não. Tudo isso porque você não quer admitir que se importa com ela.
Yauei se aproximou, deu um tapa amistoso na cabeça de Tornado e saiu de volta
para o centro do caern. Era engraçado ver dois membros de tribos que normalmente não se dariam bem tendo uma conversa tão franca e civilizada.
Yauei era assim, jamais ofendera criatura alguma por pouca coisa e sempre procurava o meio mais sábio de ensinar qualquer coisa. Diferente dos Cria de Fenris que sempre
colocavam à prova a força, a coragem e o caráter de Tornado, ele fazia questão de lhe mostrar a verdade oculta em certos fatos e detalhes que faziam toda a diferença.
"Velhaco sem-vergonha..."
Tornado ficou muito tempo ainda naquela planície, iluminado pelo véu negro salpicado de estrelas que era o céu naquela noite e tentando se concentrar no que fazia quando na realidade tudo que lhe atormentava a mente era aquela bendita conversa... e a visão da Fúria Negra ainda febril sobre a cama de palha.
Última edição por Greyheart em Seg 10 Ago - 0:33, editado 1 vez(es)
Greyheart- Amador
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Re: Perto Demais
N.A.
Capítulo Dois bastante extenso. Desculpem a falta de habilidade, é que a "sede" me fez apresentar 3 personagens novos nele. Comentários... por favor. =}
Capítulo Dois bastante extenso. Desculpem a falta de habilidade, é que a "sede" me fez apresentar 3 personagens novos nele. Comentários... por favor. =}
Greyheart- Amador
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Data de inscrição : 18/12/2007
Re: Perto Demais
Nossa, muito bom mesmo! Deu vontade de continuar lendo! hahahaha
Van, você está divulgando isso em mais algum lugar? Nossa está realmente excelente. Parabéns!
Van, você está divulgando isso em mais algum lugar? Nossa está realmente excelente. Parabéns!
Re: Perto Demais
Oi Dan. Obrigada pelo carinho de sempre.
Qual pupilo não fica feliz diante dos elogios de seu mestre? ;D
Eu tenho cadastro num site de fanfics (Nyah!) e tenho esses dois capítulos lá (embora com pequenas alterações *acerto de erros*). Mantenho outros trabalhos lá, inclusive alguns de ordem "temática adulta".
Mas... o próximo capítulo (III) provavelmente será escrito para ser atualizado aqui, no NamE'. =}
Qual pupilo não fica feliz diante dos elogios de seu mestre? ;D
Eu tenho cadastro num site de fanfics (Nyah!) e tenho esses dois capítulos lá (embora com pequenas alterações *acerto de erros*). Mantenho outros trabalhos lá, inclusive alguns de ordem "temática adulta".
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Greyheart- Amador
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